Categoria votou pelo fechamento da Convenção Coletiva de Trabalho
A consulta às redações realizada entre terça-feira, 15/7, e quarta, 16/7, terminou com a aprovação da proposta patronal mais recente e deu a autorização para o fechamento da Convenção Coletiva de Trabalho 2014/2016. Dos 363 jornalistas votantes, 216 (59,6%) foram a favor da oferta das empresas e 146 (40,4%) se manifestaram contra. Agora a diretoria do Sindicato dos Jornalistas do DF vai encaminhar junto ao sindicato patronal a assinatura da CCT e os procedimentos de pagamento do reajuste (que será retroativo a abril) e dos demais benefícios.
A nova proposta aceita pela categoria prevê reajuste salarial de 5,62% (índice da inflação referente a março) e aumento de 7,7% (2% de ganho real) no piso salarial, que vai para R$ 2.100. Na Participação nos Lucros e Resultados, os jornalistas receberão 35% do salário-base (relativo às 5 horas diárias) com teto de R$ 2.500 e piso de R$ 1.600. O auxílio alimentação será de R$ 200 mensais (veja mais abaixo).
Wanderlei Pozzembom, coordenador-geral do Sindicato, avalia que os índices estão aquém do que a categoria merece, mas trazem avanços. "Achamos que os jornalistas do DF merecem um ganho real no salário e cláusulas sociais mais avançadas, como a garantia de medidas de segurança na Convenção, compensação das horas-extras em proporção maior e a ampliação da licença-maternidade. Mas mesmo assim a negociação trouxe melhorias, como o ganho real no piso salarial e a consignação de um valor para o auxílio-alimentação, que passará agora a ser reajustado todos os anos", diz.
Para Leonor Costa, coordenadora-geral do SJPDF, o Sindicato cumpriu seu papel ao colocar para a categoria a alternativa de pressionar mais e tentar chegar a valores melhores. "A diretoria agiu desde o início pressionando as empresas. Foi uma negociação com ampla participação, com diversas consultas às redações e mobilizações na categoria. Conseguimos retirar da mesa propostas preocupantes, como a criação de uma categoria 'trainee' e o reajuste diferenciado para as mídias impressa e eletrônica. E graças a essa atuação, fomos além do que as empresas haviam fixado como limite. Para o ano que vem, fica o desafio de ampliar a mobilização para que tenhamos uma Convenção melhor", destaca.
Segundo Jonas Valente, também coordenador-geral do Sindicato, é preciso fazer um enfrentamento maior na negociação do ano que vem. "Para que possamos perseguir avanços maiores do que neste ano, como o ganho real, esta terá de ser uma luta de todos. Não poderemos nos deixar levar pela estratégia de arrastar a negociação usada pelas empresas e vamos ter que pressionar mais", defende.
Outras conquistas
A categoria também contará com um aumento no auxílio-creche que passa de R$ 300 por filho para R$ 380. Outra vantagem negociada com os patrões foi a licença-paternidade que passou de cinco para sete dias. A criação de comissão paritária para propor medidas de segurança, já instituída antes mesmo de assinar a nova CCT, pode ser considerada mais um avanço da negociação.
Confira a proposta das empresas aprovada na consulta
Proposta dos Patrões |
|
Reajuste salarial |
5,62% (para mídias eletrônica e impressa) |
Participação nos Lucros e Resultados (PLR) |
35% do salário-base de 5 horas, com teto de R$ 2.500 e piso de R$ 1.600 |
Auxílio-alimentação |
Valor de R$ 200 por mês. Sem fornecimento nos períodos de férias e afastamentos |
Piso Salarial |
R$ 2.100 (aumento de 7,7%) |
Segurança |
Criação de comissão paritária para propor medidas de segurança |
Equipamento fotográfico |
Estabelecimento de modelos de equipamentos com percentuais diferenciados |
Horas-extras |
Adicional de 70% (duas primeiras), 65% (demais horas) e 100% (dias de descanso) com compensação de 1 pra 1. |
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