Assembleia realizada nesta segunda-feira, 17/4, rejeitou a primeira proposta apresentada pelos patrões na negociação da Convenção Coletiva de Trabalho dos Jornalistas do DF 2017/2018. A categoria mostrou insatisfação com o aumento de 3,5% ofertado pelos patrões tanto para o salário quanto para o piso salarial. Esse valor está abaixo da inflação do período da data-base da categoria (1º de abril), que fechou em 4,57%. Este é o terceiro ano consecutivo que os patrões trabalham com o reajuste abaixo da inflação.
Os jornalistas lutam por um reajuste de 8,9% - sendo 4,57% referente à reposição inflacionária INPC mais 4,33% de perdas dos dois últimos anos (1,42% no ano de 2015 e 2,91% referente a 2016) - tanto para o salário quanto para o piso da categoria.
Para dar continuidade à negociação, os trabalhadores reduziram o valor reivindicado em dois pontos. O auxílio-creche passou de R$ 550 para R$ 500. E o valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) também foi reduzido. O teto que era de R$ 2.800 foi para R$ 2.600 e o mínimo passou de R$ 2.400 para R$ 2.300 (confira a proposta abaixo).
Essa nova proposta será discutida no próximo dia 27 de abril, quando ocorrerá a segunda mesa de negociações com representantes dos sindicatos laboral e patronal.
Proposta dos Patrões
Além de uma oferta muito ruim para os reajustes salarial e do piso, a proposta dos empresários não apresenta nenhuma mudança nos valores da PLR em relação ao que foi fechado em 2016. Eles querem manter o valor limite de R$ 1.600 e o piso de 1.350. Este benefício será pago até o dia 31/12/2017. As empresas também querem manter os valores que foram trabalhados em 2016 de R$ 450 para auxílio-creche e R$ 280 para o tíquete-alimentação.
Segundo a diretoria do Sindicato, não existe razão para os patrões trabalharem com o índice abaixo da inflação. “A categoria insiste em fechar o mais rápido possível essa negociação, mas não quer abrir mão da reposição inflacionária nos seus salários, já que teve muitas perdas nos últimos dois anos. Esse período de inflação baixa é o momento dos patrões devolverem o que os trabalhadores perderam”, ressalta Wanderlei Pozzembom, coordenador-geral do SJPDF.
Cláusulas adicionais
A categoria solicita uma cláusula de estabilidade em que prevê que os jornalistas não sejam dispensados no prazo de 180, após a assinatura da CCT e solicita a participação do Sindicato no caso de dispensas de mais de 10 jornalistas. Os jornalistas também pleiteiam o aumento da licença-maternidade para 180 dias e da licença-paternidade para 30 dias. Outra reivindicação é o adicional para quem produz para mais de um veículo, sendo 20% para situações ocasionais e 35% para situações habituais.
Os patrões não analisaram as três propostas de cláusulas adicionais da categoria e também não apresentaram as três opções de cláusulas para os jornalistas. Na proposta patronal, eles ofertam duas mudanças, no entanto, no próprio texto da CCT. Uma é sobre o regime de folga compensatória. Eles acrescentaram um item que prevê a possibilidade do empregado, em comum acordo com o empregador, fazer a compensação de horas-extras juntamente com o período de férias. Outra mudança apresentada pelos empresários é em relação à cláusula de garantia de empregos do trabalhador em vias de aposentadoria. Os patrões acrescentaram um parágrafo que propõe a possibilidade de demitir, com o pagamento de indenização.
Proposta dos trabalhadores | Proposta dos Patrões | |
Reajuste | 8,9% - (INPC + 4,33% -das perdas do sois últimos anos) | 3,5% de aumento |
Piso | 8,9 - (INPC + 4,33% -perda dos dois últimos anos) | 3,5% |
PLR | 45% da remuneração - Teto - R$ 2.600 - Piso - R$ 2.300 |
35% da remuneração Teto – R$ 1.600 Piso – R$ 1.350 (benefício ser pago até o dia 31/12/2017) |
Auxílio-alimentação | Mínimo de R$ 480 por mês (R$ 20 por dia) e, para quem ganha mais do que isso, reajuste segundo o INPC | Nenhum aumento (manter os R$ 280 da convenção anterior) |
Auxílio-creche | Mínimo de R$ 500 e reposição segundo INPC . | Nenhum aumento (manter os R$ 450 da convenção anterior) |
Seguro de vida | Mesmo valor do reajuste salarial | 3,5% |