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Publicado em Sexta, 24 Novembro 2017 20:40
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A greve será suspensa a partir de 00h de segunda-feira, 27/11. Os trabalhadores voltarão a reavaliar o movimento paredista na terça-feira (28). 

Os trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) decidiram, em assembleia na tarde de hoje, 24/11, com duração de cerca quatro horas, que irão suspender temporariamente a greve a partir de 00h de segunda-feira, 27/11. Eles voltarão a reavaliar o movimento paredista na terça-feira (28).

A proposta da suspensão da greve foi apresentada no dia 21/11 pelo ministro Emmanoel Pereira, vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho-TST, como alternativa para a mediação do processo pelo órgão.

Na quarta-feira, 22/11, os trabalhadores já tinham apreciado a questão, mas decidiram apresentar uma contraproposta ao TST de aceitar a suspensão do movimento sob a condição da empresa abonar os dias parados e manter a vigência do acordo coletivo de trabalho atual enquanto a negociação ocorresse (veja mais aqui).

Hoje, em resposta negativa às solicitações dos empregados, o ministro recomendou novamente que a suspensão fosse avaliada pelos trabalhadores para que as negociações pudessem ser mediadas pelo TST. Após um debate acalorado e com forte divisão, prevaleceu a posição da suspensão. A iminência de uma liminar que determinaria a retomada dos trabalhos de percentual elevado de trabalhadores foi um elemento importante que pesou na decisão.

“A suspensão de modo algum significa o fim da greve, mas sim um entendimento de que para que este movimento continue é importante apostar na via do TST. Essa é uma estratégia de pressionar efetivamente a empresa, que se nega a negociar e continua intransigente nesse processo”, afirma Gésio Passos, coordenador-geral do SJPDF e empregado da EBC.

Debate

A assembleia de hoje foi disputada e dividiu as opiniões dos trabalhadores. Os empregados ressaltaram que o movimento ganhou grande visibilidade por conta da atitude do ator Pedro Cardoso, que se retirou nesta quinta-feira (23) do programa Sem Censura, que é veiculado pela TV Brasil, após saber da greve dos trabalhadores e dos atos de racismo praticados pelo diretor-presidente da EBC, Laerte Rímoli (veja o vídeo aqui).

Os atos realizados nesta quinta-feira, 23/11 contra a retirada de direitos e pela exoneração de Rímoli por causa do racismo (veja mais aqui) também foram citados como positivos para o movimento paredista.

A adesão de cerca de 70% dos empregados do quadro, o descaso da empresa com o processo de negociação, bem como o interesse do governo e dos próprios diretores em desmontar a comunicação pública no país foram igualmente ressaltados pelos jornalistas e radialistas presentes na assembleia.

O debate contou ainda com opiniões sobre os pontos negativos de não aceitar a proposta de suspensão apresentada pelo ministro. O fato, por exemplo, de que a qualquer momento o TST poderia emitir uma liminar sobre o pedido de dissídio coletivo e a revisão do ACT, que foram solicitados pela empresa há uma semana, foi levantado pelos grevistas. Caso a liminar fosse emitida, ela poderia obrigar os trabalhadores a voltar ao trabalho e facilitar o desconto dos dias parados.

Mais sobre a greve

Em greve desde o dia 14 de novembro, os empregados das praças de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Maranhão decidiram deflagrar o movimento por causa das propostas da empresa de congelamento nos salários, corte de benefícios e retirada de direitos.

A data-base dos jornalistas e radialistas é 1º de novembro. Os trabalhadores reivindicam 4,5% de reajuste para repor a inflação do período e perdas acumuladas. Porém, após oito rodadas de negociação, a direção da EBC não aceitou reajustar nenhuma das cláusulas econômicas. Além dos salários, os trabalhadores ficariam sem reajuste em benefícios como ajuda-alimentação, auxílio às pessoas com deficiência, auxílio-creche e seguro de vida em grupo.

No 'pacote de maldades' da empresa também estão ataques aos tickets extras (pago somente em dezembro e junho), à garantia de translado aos trabalhadores por questões de segurança, à complementação de auxílio previdenciário, à realização de homologações das rescisões de contrato nos sindicatos, ao vale-cultura, à multa pelo descumprimento do acordo coletivo.

Na terça-feira, 21/11, a empresa entrou com os pedidos de dissídio coletivo e revisão do ACT junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). Depois disso, as entidades representativas dos trabalhadores solicitaram uma reunião com o TST. No encontro, o ministro Emmanoel Pereira, vice-presidente do órgão apresentou uma proposta de suspensão da greve para que a negociação pudesse ocorrer. Nesta quarta (22), os trabalhadores revisaram a proposta do ministro e colocaram duas condições para suspenderem o movimento: o abono dos dias parados e a manutenção da vigência do ACT atual enquanto a negociação ocorrer. A contraproposta já foi apresentada ao TST. Hoje ocorreu a assembleias que definiu suspender, provisoriamente, o movimento paredista a partir de 00h de segunda-feira, 27/11. Terça-feira, 28/11, os trabalhadores se reunirão em assembleia.

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