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Publicado em Quarta, 25 Setembro 2019 17:02
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As ameaças ao exercício profissional dos jornalistas e à liberdade de expressão da população são cada vez mais frequentes, após a ascensão de Jair Bolsonaro. Infelizmente, tal cenário não chega a surpreender. Em 2014, o Sindicato dos Jornalistas denunciou o então deputado Bolsonaro por agressão a duas jornalistas de Brasília. Ao longo dos anos, denúncias de ataques do atual presidente aos trabalhadores da imprensa passaram a ser ainda mais corriqueiras.

Impulsionada pela onda autoritária e conservadora, a eleição de 2018 foi uma das mais violentas da “nova república”. Ao final do segundo turno, mais de 140 casos de agressões morais, e algumas físicas, a jornalistas, haviam sido registrados. Diversos profissionais foram ameaçados, não só por pessoas comuns, mas também por candidatos, em sua maioria de partidos da extrema-direita.

Na posse do novo governo, pela primeira vez, a cobertura da imprensa foi restringida. Os jornalistas foram colocados em condições desumanas de trabalho, em uma tentativa de cercear o direito de informar a população.
Grupos comandados pelos seguidores de Bolsonaro passaram a atuar no linchamento virtual a jornalistas e demais críticos do governo. Após as denúncias de corrupção e envolvimento com milícias contra membros da família Bolsonaro e integrantes do seu governo começarem a emergir, o presidente elegeu a imprensa como seu principal inimigo, incentivando uma avalanche de ataques contras os profissionais do jornalismo. A jornalista Míriam Leitão, por exemplo, foi uma das atacadas, inclusive pessoalmente, por essa horda autoritária.

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Além dos trabalhadores, as empresas de jornalismo também são alvos do governo. O presidente insiste em atacar os mais diversos veículos – inclusive alguns dos quais que catapultaram Bolsonaro – pelo simples fato de reportarem os seus desmandos. Além de privilegiar veículos apoiadores na distribuição de verbas publicitárias, o governo resolveu cortar até a publicidade legal dos veículos impressos como retaliação, sufocando o setor que já sofre com dificuldades econômicas.

Bolsonaro também avançou no estrangulamento da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da comunicação pública, processo iniciado por Michel Temer. Com a fusão da TV Brasil e da NBr e ampliação do cerceamento aos jornalistas da empresa pública, o governo transformou a demanda constitucional pela comunicação pública em mera propaganda estatal, além de militarizar toda sua gestão.

O cinema brasileiro também é alvo das ondas de ataques do governo da extrema-direita. Jair Bolsonaro ameaça interferir nas políticas de fomento da Ancine, o que vem movimentando o audiovisual brasileiro, criando um filtro moral conservador. A censura imposta mostra o desapreço do governo pela liberdade de expressão, diversidade e manifestação cultural.

O SJPDF continua vigilante na defesa dos jornalistas e no combate à tentativa dos políticos reacionários de plantão em calar as vozes dissonantes no país. O livre exercício profissional e a liberdade de expressão precisam ser pauta central dos jornalistas.