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Por Adriana Franco – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

Entre os dias 20 de maio de 10 de junho de 2020, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) promoveu uma pesquisa nacional para verificar como a pandemia de covid19 está afetando os/as jornalistas que trabalham em redação, com ou sem vínculo formal de emprego. A pesquisa buscou detectar as ações promovidas pelas empresas de comunicação para proteger seus trabalhadores/as e como a pandemia interferiu nas relações de trabalho, com redução de jornada e salário, trabalho em regime domiciliar entre outros aspectos.

Responderam à pesquisa 457 profissionais de comunicação de praticamente todo o país. Para a maioria dos entrevistados (55,5%) com a pandemia aumentou a pressão no trabalho, com acúmulo de tarefas, sobrecarga de horário e cobrança por resultados. A maioria (75,2%) está trabalhando em home office enquanto 24,8% segue trabalhando presencialmente.

Em relação ao combate à pandemia, apesar de 79% terem respondido que as empresas têm garantido condições de saúde e segurança para o exercício da profissão, apenas 17,5% dos entrevistados consideram satisfatórias a quantidade de EPIs fornecida; enquanto 47,7% acreditam que as empresas poderiam melhorar as condições de trabalho diante do quadro de pandemia, 26,5% não souberam responder a essa questão.

Em relação às medidas adotadas pelas empresas na prevenção da doença, a maioria (70,4%) respondeu que houve afastamento preventivo e férias (6%), mas uma parcela significativa dos respondentes não soube precisar quais medidas a empresa tomou em caso confirmado de doença entre os funcionários.

Para Norian Segatto, do Departamento de Saúde da FENAJ, a pesquisa apresenta um quadro preocupante de redução de salários e jornada e de aumento da pressão e estresse entre a categoria. “Segundo os dados, houve redução salarial em cerca de 29% dos locais de trabalho, as demissões atingiram mais de 20% das redações, provocando sobrecarga para quem ficou, com consequente aumento da cobrança e pressão sobre os/as jornalistas”.

Segatto completa. “Mesmo tendo ciência de que o quadro pandêmico no país é muito volátil, a pesquisa produziu elementos significativos para avaliar o atual momento da categoria no Brasil e direcionar ações sindicais visando à melhoria da segurança da atividade laboral, da saúde e da integridade dos profissionais de comunicação”.

A presidenta da FENAJ, Maria José Braga, concorda com Segatto e reitera que a pesquisa mostra um quadro mais preciso da situação dos profissionais no país tanto do ponto de vista da saúde quanto do ponto de vista trabalhista. “A partir dos números, tanto os sindicatos quanto à Federação poderão continuar defendendo os direitos do trabalhador, então são dados que orientam o nosso trabalho.”

Para Braga, a pesquisa confirma o que o acompanhamento cotidiano dos sindicatos já indicava. “A pandemia agravou a situação que já era grave e, principalmente, em relação às condições de trabalho e salário porque pode não ser maioria, mas é indicativo o contingente de profissionais em que teve o salário reduzido, que é gravíssimo para qualquer trabalhador e ainda mais para um trabalhador que não tem um alto salário como é o caso do jornalista. Ao contrário do que a maioria pensa, a categoria é mal remunerada e, em um salário já baixo, ter 25% de corte é muitíssimo grave.”

Braga ressaltou ainda que a pesquisa indica a rapidez que os sindicatos agiram no início da pandemia fazendo com que o setor adotasse medidas protetivas no trabalho dos jornalistas. “É significativo que mais de 70% esteja trabalhando em domicílio, pois é, a nosso ver, a forma mais eficiente de proteção à saúde do trabalhador, neste momento.”

Perfil do entrevistados

Dos 457 profissionais entrevistados, a maioria (52,1%) era homens e cerca de 50% têm entre 20 e 40 anos e metade (50,4%) está na região Sudeste do país – sendo 24,9% em São Paulo.

A pesquisa concentra uma grande parte (73,7%) dos respondentes nas capitais, 21,9% no interior e apenas 4,5% no litoral.

Entre os participantes da pesquisa, destaca-se a preponderância dos trabalhadores com registro em carteira (52,5%), seguido pelos PJs (13,9%) e pelos freelancers (11,7%).

Leia o resultado da pesquisa na íntegra.

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