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Publicado em Sexta, 28 Agosto 2020 13:01
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O SJPDF assina a nota abaixo, de sindicatos que representam os funcionários da emissora, incluindo o DF. Leia na íntegra:

"A pedido dos funcionários, radialistas e jornalistas, sindicatos de estados e municípios em que a RedeTV! (a quinta maior rede de televisão do país) está presente se unem para denunciar o uso que a emissora faz – abusivo, desnecessário e lesivo para a União – do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, do governo federal. A justificativa oficial para a criação do programa é ajudar empresários e setores penalizados pelos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus. Para nós, o programa é prejudicial aos trabalhadores. Mas, independentemente da opinião que se tenha a seu respeito, o setor de rádio e televisão não se encaixa entre os setores "penalizados", pois até elevou a audiência e os insertes publicitários neste período.

A RedeTV!, de maneira vergonhosa, a única grande rede de TV a adotar nacionalmente, em todos os estados que está presente, o programa do governo para reduzir salários e aumentar assim ainda mais os rendimentos.

Os empregados da emissora têm sido chamados para assinar, de maneira constrangedora, contratos individuais de redução de rendimentos, sob pena de serem demitidos. Os poucos funcionários que resistiram foram imediatamente desligados da empresa. Mesmo assim, nos termos repassados pela emissora para os trabalhadores está escrito na “Cláusula 1ª – Este aditivo decorre de expressa manifestação de vontade do (a) EMPREGADO (A) em prorrogar por mais 60 (sessenta) dias o 1º aditivo (do acordo individual) iniciado em 24/07/2020 para redução proporcional de salário e jornada (diária ou semanal) em 25% (vinte e cinco por cento), preservado o valor do salário hora de trabalho”.

Mais grave ainda é o fato de a data dos contratos ser retroativa. Os novos termos de redução, enviados pela emissora no dia 25 de agosto, vieram com data do dia 24, sendo que os funcionários voltaram a trabalhar normalmente a partir do dia 23, ou seja, fizeram a jornada normal de 7 horas, com 30 minutos de break, nos dias 23, 24, 25 e 26. Portanto, deveriam no mínimo receber salário integral nesses dias.

Ao mesmo tempo em que a RedeTV! reduz salários, faz investimentos graças ao aumento da audiência, que tem passado de três pontos no programa Alerta Nacional, de Sikêra Jr., segundo o Ibope, em São Paulo, e de dois pontos no principal noticioso da empresa, o RedeTV News. A boa situação da empresa se deve ainda ao aumento no número de anúncios, principalmente do governo federal.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo enviou ofício à emissora em que detalha, com vasta documentação e fundamento, o absurdo que é penalizar os funcionários e suas famílias com a redução de salário em um momento de pandemia.

Diz o ofício do sindicato sobre o aumento dos comerciais e rendimentos na TV: “Só durante a exibição do jornal RedeTV News, em horário nobre, são veiculados os sorteios (chamados de RedeTV Plus), realizados também por plataformas online; vários inserts comerciais originários do governo federal, como Banco do Brasil, cartão Ourocard, sorteio e anúncios (do Auxílio Emergencial) da Caixa Econômica Federal, do Ministério da Saúde, sobre doações de órgãos; há ainda anúncios do setor privado: Vivo; Casas Bahia; Sky Pré-Pago; Bigtrail; e Cartão de Todos. Fora a publicidade, merchants veiculados em outros horários e os horários vendidos para igrejas neopentecostais.”

“O faturamento do portal da RedeTV! é outro setor que chama a atenção. Graças ao trabalho dos jornalistas que alimentam a internet, a RedeTV! já é a maior emissora no YouTube do mundo. Além disso chegou ao número de 10 milhões de seguidores no Facebook.”

O documento da entidade dos jornalistas enfatiza que a empresa tem dinheiro para fazer vários investimentos, mas alega não ter para pagar os funcionários, depositar o FGTS dos trabalhadores e pagar na data combinada pela convenção coletiva a participação nos lucros (PPR).

Chama a atenção que uma emissora que entra num programa federal supostamente destinado a ajudar empresários com problemas financeiros e prejudicados pela pandemia, apareça em portais de internet, colunas de jornais e revistas especializadas informando que está investindo em novas atrações milionárias.

Recentemente, em um acerto milionário, a RedeTV! renovou o contrato de uma das principais atrações do canal, o apresentador Sikêra Jr.” Outra atração que não é barata é o ex-global e ex-Band Luís Ernesto Lacombe. Ele é um dos mais novos investimentos da RedeTV!.

No dia 26 de agosto, mesmo dia em que a maioria dos funcionários recebeu o novo contrato com a redução de salário, Lacombe assinou com a emissora e participou do programa de Sikêra. Mas não foi só isso que causou indignação geral. Durante o programa, não faltou piada sobre o “salário” do novo contratado.

Sikêra brincou: "Será que ele está ganhando mais do que eu? Fecharam comigo um negócio que era o maior da televisão. Vou descobrir o salário de Lacombe. Se eu souber que ele está ganhando mais do que eu..."

A quinta maior rede do país também está interessada em investir na compra dos direitos de transmissão da Libertadores da América.

Como representantes dos funcionários da RedeTV!, os sindicatos exigem respeito aos trabalhadores e que a emissora volte atrás na decisão de impor nova redução aos empregados".

Assinam esta denúncia as seguintes entidades:

Sindicatos dos Jornalistas Profissionais no Estados de São Paulo

Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo

Sindicato dos Trabalhadores em Rádio e TV no Estado do Rio de Janeiro

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal

Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Distrito Federal

Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais

Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão de Minas Gerais

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Pernambuco

 

 

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