Assembleia realizada nesta quarta-feira, 8/10, pelos jornalistas do Correio Braziliense aprovou proposta para a regularização de pendências financeiras da empresa como os jornalistas. A assembleia tratou de algumas irregularidades como a falta de pagamento do tíquete alimentação do mês passado e deste mês, o atraso de salários dos freelas, que até o momento não receberam o mês de agosto. Os atrasos de salários também incidiram na vida dos editores e dos jornalistas especiais desde o mês passado.
Outro problema recorrente é o do recolhimento do FGTS. Essa irregularidade já perdura por pelo menos três anos (veja mais abaixo).
As pendências do Correio com os jornalistas voltaram a ocorrer a pouco mais de um ano das paralisações que aconteceram no ano passado. As irregularidades do veículo com os funcionários são bem parecidas. Desta vez, a empresa justifica que os atrasos se devem a queda de faturamento de 1,5 milhão no mês de setembro, que ocasionou o problema de pendências financeiras em setembro e outubro.
Resultados da assembleia
Na assembleia dessa quarta, os jornalistas recusaram a proposta da empresa de quitar as pendências até o dia 20/11. Pela proposta, o crédito das notas dos freelas de agosto seriam pagos até hoje, 10/11, e as notas de setembro seriam quitadas no dia 20/11. Sobre o auxílio alimentação, a empresa previa o pagamento de outubro deste benefício também até o dia 20.
O jornalistas retiraram da assembleia uma contraproposta que reivindica o seguinte cronograma: os pagamentos das faturas em aberto dos freelas e dos tíquetes de alimentação serem efetuados até 20/11. Outra deliberação dos jornalistas é a retomada de reuniões quinzenais com a participação da Comissão de Jornalistas e com o Sindicato.
Wanderlei Pozzembom, coordenador-geral do SJPDF, afirma que os direitos básicos dos jornalistas precisam ser respeitados. “Para além dos atrasos de notas do freelas e de salários dos editores, temos o caso de repetidos atrasos do auxílio alimentação. Nos últimos seis meses, o veículo desconta do contra-cheque do trabalhador a co-participação deste benefício, mas o pagamento sempre está atrasado”, alerta Pozzembom.
FGTS
A regularização do FGTS é um problema que se arrasta há mais de três anos na empresa. Há um ano, a direção da empresa condicionou a quitação da dívida do FGTS com os trabalhadores ao recebimento de empréstimo. À época, o SJPDF solicitou que o veículo apresentasse um calendário de regularização por ordem de prioridades, com indicações de quem seriam os primeiros a receber e previsão de data para os pagamentos.
Sem respostas, o Sindicato resolveu entrar com uma reclamação trabalhista contra o jornal. A ação foi impetrada na semana passada. Ela solicita que o veículo regularize o FGTS dos empregados ativos e dos que já saíram da empresa. Outra item cobrado é o dano moral em decorrência da inexistência dos depósitos.
Uma nova assembleia com os funcionários já está marcada para o dia 20/11.
Histórico
No ano passado, o Correio passou por dificuldades financeiras. A empresa não conseguiu pagar na data certa a diferença salarial retroativa da Convenção Coletiva de Trabalho 2015/206 e a Participação nos Lucros e Resultados. Foram realizadas várias reuniões e assembleias no primeiro semestre de 2016. Frente à proposta de parcelamento dessas duas pendências e do não pagamento dos jornalistas free lancers, os profissionais da redação realizaram duas paralisações históricas em junho do ano passado. Os movimentos serviram para pressionar o jornal para revolver as irregularidades.