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Publicado em Terça, 14 Novembro 2017 18:52
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Empregados decidiram pela paralisação em razão da intransigência da empresa. Direção quer impor o congelamento de salários, o corte de benefícios e a retirada de direitos. 

Trabalhadores das quatro praças (DF, SP, RJ e MA) da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) cruzaram os braços nesta terça-feira, 14/11. Com forte adesão dos profissionais do quadro, a greve foi deflagrada por conta da proposta da empresa de congelamento nos salários, de corte de benefícios e da retirada de direitos. Esse é o terceiro movimento grevista realizado pelos trabalhadores. O primeiro foi em 2013 e o segundo, em 2015. 

"A participação dos colegas foi importante e representativa. Infelizmente a EBC forçou a greve com uma postura intransigente e querendo retirar direitos conquistados pelos trabalhadores. Mesmo sabendo dos riscos e com ameaças da direção, os colegas mostraram a disposição para lutar contra os retrocessos", avalia Gésio Passos, coordenador-geral do Sindicato.  

Mobilização

A paralisação teve inicio à 0h desta terça (14). Em Brasília, os trabalhadores marcaram presença às 5h30 no piquete em frente à sede, fizeram um café coletivo e realizaram uma assembleia no início da tarde. No Rio de Janeiro, o piquete também teve início cedo, às 6h, e foi seguido de mobilizações dos profissionais. 

No horário do almoço, foram realizadas assembleias em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os jornalistas e radialistas fizeram uma avaliação do movimento, discutiram as condições de trabalho e debateram a organização do sistema de comunicação pública do Brasil, colocado em risco por uma série de ações do governo ilegítimo de Michel Temer, e definiram a programação dos próximos dias de greve. 

Segundo Renata Martins, repórter da Rádio Nacional, o contingente de trabalhadores parados hoje foi significativo. “Dá pra sentir que empregados estão dispostos a resistir e muito indignados com as propostas da empresa. No meu setor, por exemplo, todos os jornalistas cruzaram os braços”, afirmou. 

Os números ainda estão sendo levantados junto aos trabalhadores, mas nos piquetes foram poucos os trabalhadores que decidiram manter a rotina de trabalho. Especialmente nos veículos, boa parte das equipes aderiu ao movimento.

Essa participação foi sentida em parte das rádios, na Agência Brasil e na TV Brasil. Não foram realizados links e filmagens externas hoje pela TV Brasil, visto que os trabalhadores de externa foram chamados para realizarem atividades nos estúdios. A estratégia foi utilizada pela direção da EBC com o objetivo de colocar os produtos no ar.

Assédio

À exemplo do que ocorreu nos outros movimentos grevistas, a empresa voltou a assediar os funcionários por conta da paralisação. Vários editores que ganham gratificações receberam um e-mail na manhã de hoje ameaçando-os com a retirada desses valores caso não continuassem trabalhando. 

“Para nós isso se configura como assédio. A lei de greve assegura que não deve haver nenhum constrangimento para o trabalhador. Escolher ou não parar é uma decisão do empregado. A gente respeita a decisão dos trabalhadores, mas as chefias não estão respeitando”, critica Helena Martins, jornalista da Agência Brasil. 

Entenda o que está em jogo

A data-base dos jornalistas e radialistas é 1º de novembro. Os trabalhadores reivindicam 4% de reajuste para repor a inflação do período e perdas acumuladas. Porém, após oito rodadas de negociação, a direção da EBC não aceita reajustar nenhuma das cláusulas econômicas e afirma que não vai avançar em relação à proposta de 0%. Além dos salários, os trabalhadores ficariam sem reajuste em benefícios como ajuda-alimentação, auxílio às pessoas com deficiência, auxílio-creche e seguro de vida em grupo.

No 'pacote de maldades' da empresa também estão ataques ao vale cesta-alimentação (pago somente em dezembro e junho), à garantia de translado aos trabalhadores por questões de segurança, à complementação de auxílio previdenciário, à realização de homologações das rescisões de contrato nos sindicatos, ao vale-cultura, à multa pelo descumprimento do acordo coletivo.

Agenda da Greve
Os trabalhadores também aprovaram na assembleia a realização de um twitaço na tarde desta quarta-feira, 15/11. Na quinta-feira, 16, ocorrerá uma roda de conversa para diagnosticar os problemas dos setores e discutir o papel da comunicação pública e da EBC. À tarde, serão desenvolvidas oficinas propostas pelos próprios grevistas.

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