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Publicado em Quinta, 23 Novembro 2017 19:53
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No mês da consciência negra, Rimoli compartilhou memes pelo Facebook debochando de declaração da atriz Taís Araujo, que recentemente afirmou que seu filho é vítima de racismo. Em uma das imagens compartilhadas, uma garota branca, em uma montagem, foge da atriz e de seu filho, com uma frase escrita abaixo: "quando você percebe que é o filho da Taís Araújo na calçada". Outras imagens com referência à atriz foram postadas nos dias seguintes.

Em vídeo divulgado na semana passada, Taís Araujo participou de uma palestra intitulada "Como criar crianças doces em um país ácido". E afirmou que "A cor do meu filho faz com que as pessoas mudem de calçada."

Nesta quinta-feira (23), às 15h, os grevistas promoverão um ato em defesa da EBC e contra o racismo, em frente ao Ministério do Planejamento.

Veja, abaixo, a íntegra a carta:

Pela imediata exoneração de Laerte Rímoli!

Rimoli não desrespeitou só a atriz Taís Araújo, mas toda sociedade brasileira e a própria EBC

Nós, trabalhadoras e trabalhadores em greve da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), repudiamos com veemência os ataques racistas do presidente da EBC, Laerte Rimoli, à atriz Taís Araújo, sua família, toda sociedade brasileira e os princípios fundadores da Empresa Brasil de Comunicação.
As publicações racistas foram compartilhadas neste mês da Consciência Negra no perfil pessoal do presidente da EBC, no Facebook, em modo público. A atitude, em horário de trabalho, vai contra posicionamento de empregadas e empregados, que sempre preconizaram uma comunicação pública diversa, inclusiva, plural, reconhecida com vários prêmios. Assim, Laerte Rimoli descumpre a própria lei que regulamenta a EBC e vai contra o papel social da comunicação pública, reforçando preconceitos e a discriminação, contra os códigos de ética do serviço público e dos jornalistas.

Com nossas produções no rádio, na televisão e na web, nós, empregadas e empregados da EBC, lutamos diariamente contra a discriminação e o preconceito racial tão presentes na nossa sociedade. Um exemplo disso é que a EBC foi pioneira em práticas de afirmação contra a discriminação racial. Fomos a primeira TV aberta a exibir telenovelas com elenco majoritariamente negro, tivemos o primeiro correspondente fixo no continente africano e fomos a primeira televisão a exibir um desenho infantil com personagens negros. Assim, não aceitamos tal postura e exigimos respostas institucionais a esse desrespeito, incluindo ação imediata do Ministério Público Federal.

A atual gestão da EBC chegou junto à Medida Provisória 744, que entre outras providências extinguiu o Conselho Curador, um importante órgão que garantia a participação da sociedade na construção editorial da Empresa, colocando em xeque o compromisso com a diversidade e a equidade.

O racismo, escancarado pelas piadas compartilhadas pelo atual diretor-presidente, hoje se reflete também dentro da EBC: são exceções e submetidas a trabalho extenuante ou dobrado funcionárias e funcionários negros que, atualmente, lideram equipes, têm funções de confiança ou estão em posição de destaque, como a reportagem em vídeo e a apresentação de programas. Em uma empresa onde a diversidade de gênero, raça e orientação sexual deveriam ser prioridade, repete-se o triste estigma social e estético, que coloca as mulheres negras ocupando posições desfavoráveis ao seu protagonismo, prejudicando a imagem de representatividade que deveria chegar a cada cidadão e cidadã - os primeiros e mais importantes focos da comunicação pública.

A EBC pertence à sociedade brasileira, composta em sua maioria por pessoas negras. Assim, não nos calaremos frente a mais esse retrocesso na defesa da comunicação pública do país. Por esses motivos, exigimos a imediata exoneração de Laerte Rimoli e a substituição dele levando em conta nomes indicados em lista tríplice pelo conjunto de empregados da EBC.

Racistas não passarão!

Comissão de Empregados da EBC

Sindicatos dos Jornalistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal

Sindicatos dos Radialistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal

Federação Nacional dos Jornalistas - Fenaj

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