Iniciada em fevereiro deste ano, a Campanha Salarial 2015 perdurou por dez meses. Esse período de negociações foi marcado pela insistência dos patrões de não trabalhar com a reposição inflacionária. A principal justificativa dos empresários foi a alegação de dificuldades financeiras. Para além de apresentar propostas muito aquém da reposição inflacionária, iniciando a oferta de aumento de 4,5%, os patrões também trabalharam com pacotes de maldades que retiravam os direitos já conquistados pelos trabalhadores como foi o caso de duas propostas de exclusão do pagamento do retroativo, uma no início da negociação e outra no fim.
Neste ano, os jornalistas demonstraram maior participação em todo o processo. A categoria vestiu preto durante as mobilizações e divulgaram fotos nas redes sociais, participou das assembleias e deliberou questões importantes como foi o caso do pedido de dissídio coletivo. O dissídio foi aprovado em consulta às redações e utilizado como estratégia de pressão junto ao sindicato patronal. Os jornalistas também aprovaram o estado de greve. O processo de negociação contou ainda com o pedido de mediação do Sindicato junto ao Ministério Público do Trabalho, no qual os patrões recusaram participar desse processo.
Em novembro, depois de dez meses de negociação, a categoria aprovou a proposta dos patrões sem a reposição inflacionária. A última consulta contou com a participação de 396 jornalistas, sendo 325 (82%) a favor da oferta das empresas e 71 (18%) contra.