Cerca de 500 empregados participaram de assembleia na tarde dessa terça, 7/11. Eles aprovaram uma proposta que será apresentada para a empresa. Nova assembleia será dia 10.
Em assembleia realizada nessa terça, 7/11, os trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) aprovaram, por unanimidade, o estado de greve. Os empregados repudiam as propostas de reajuste zero apresentada pela diretoria da empresa para todas as cláusulas econômicas do Acordo Coletivo de Trabalho 2017/2018.
Os empregados também são contra a retirada de direitos proposta pela direção da empresa (veja mais abaixo). A assembleia contou com a participação de cerca de 500 empregados das praças de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Maranhão. Nova assembleia dos trabalhadores está marcada para sexta-feira, dia 10 de novembro.
A direção da EBC apresentou proposta de congelar as cláusulas econômicas na mesa de negociação do dia 1/11. Na manhã de terça (7), mesmo com muita insistência por parte das entidades sindicais, a empresa não avançou em nada nas negociações.
A proposta de reajuste zero na prática significa um congelamento salarial e também, no que tange ao tíquete alimentação, por exemplo, a perda no poder de compra, visto que existe uma inflação que incide no período que compreende a da data-base dos trabalhadores. Além disso a empresa ainda quer acabar com os dois tickets extras, conquista histórica dos trabalhadores.
“A direção da EBC mostra sua total intransigência. Não há negociação, só imposição de retirada de benefícios e direitos. Só a mobilização dos trabalhadores pode mudar essa situação”, afirma Gésio Passos, da coordenação do SJPDF.
O único recuo da empresa foi em relação à defesa profissional, questão que estava anteriormente entre os direitos que deveriam ser retirados dos trabalhadores. Em contrapartida, a diretoria da EBC propôs a retirada do anuênio/quinquênio dos trabalhadores que ingressarem na EBC a partir deste ano.
Negociação
As negociações do ACT da EBC 2017/2018 tiveram início no dia 23 de outubro depois de muita insistência dos trabalhadores e das entidades representativas. Não é a primeira vez que a direção da empresa oferta um reajuste zero para todas as cláusulas econômicas do ACT. Em 2015, a diretoria também foi intransigente ao apresentar o congelamento nessas cláusulas. Neste ano, as negociações foram finalizadas por meio de dissídio coletivo após greve dos jornalistas e radialistas.
Mesmo diante da indisposição da empresa em apresentar nova proposta na 7ª mesa de negociação realizada nessa terça, 7, para dar continuidade aos acordos, os empregados aprovaram, na assembleia desta tarde, uma nova pauta que já foi entregue à empresa. Uma nova reunião está marcada para o dia 9.
Os trabalhadores decidiram pedir 4,5% de aumento em todas as cláusulas econômicas do ACT. Na pauta inicial, os empregados pleiteavam um reajuste de 6,5% para os salários e de 6,5% a 10% nos outros benefícios.
Na proposta, os empregados reafirmam que não abrem mão das cláusulas que a EBC quer retirar direitos como as que preveem: tickets extras, vale cultura, multa por descumprimento do ACT, complementação previdenciária, verbas rescisórias, homologações, no transporte, no abono de faltas, na contribuição assistencial e no salário educação.
Os trabalhadores também mantiveram cinco das novas cláusulas apresentadas na pauta original, além de manter a proposta laboral em outras cláusulas, como: preservação do quadro efetivo, direito de consciência, controle de frequência e jornada de trabalho, redução da carga horária e mesa permanente de acompanhamento do ACT.
Uma nova assembleia irá ocorrer na próxima sexta-feira, 10/11, às 13h.