“Faz escuro mas eu canto,
porque a manhã vai chegar.
Vem ver comigo, companheiro,
a cor do mundo mudar.
Vale a pena não dormir para esperar
a cor do mundo mudar.
Já é madrugada,
vem o sol, quero alegria,
que é para esquecer o que eu sofria.
Quem sofre fica acordado
defendendo o coração.
Vamos juntos, multidão,
trabalhar pela alegria,
amanhã é um n
ovo dia.”
- Thiago de Mello
Foram três anos de grandes desafios. E, mesmo diante de tanta adversidade, conseguimos seguir, superar vários obstáculos e até avançar. Numa conjuntura de tamanho retrocesso, toda pequena vitória é um avanço e merece ser celebrado.
A gestão 2016/2019 - Jornalistas Mobilizados: O Sindicato é de todas e todos - assumiu a diretoria do SJPDF um mês após o golpe jurídico-parlamentar que resultou no impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Fato que abalou a nossa já bastante frágil democracia.
O que se seguiu foi um aprofundamento da ofensiva contra as trabalhadoras e os trabalhadores, com retirada de direitos sociais constitucionalmente garantidos, restrição às liberdades democráticas, a criminalização dos movimentos sociais e sindicais – com ataques inclusive à sua forma de organização e financiamento.
Fim do Imposto Sindical, Reforma Trabalhista, Terceirização Irrestrita – inclusive no serviço público, tentativas de desmonte da Seguridade Social e de dificultar sobremaneira o direito à aposentadoria e a outros auxílios sociais.
Infelizmente, os enfrentamentos não se deram apenas contra os governos. Os patrões também intensificaram as medidas para reduzir as garantias dos acordos e convenções coletivas, aproveitando-se da fragilização das legislações que protegem nossos direitos. Aumentaram a exploração, os desvios e acúmulos de função, assédios, atrasos nos pagamentos e as demissões.
Encaramos também a perseguição dos nossos dirigentes, com várias situações de práticas antissindicais e assediosas, além da demissão de três diretores do SJPDF durante o exercício de seus mandatos.
A partir de 2019, passamos a viver um cenário ainda mais preocupante, marcado por retrocessos em todas as áreas de nossa sociedade. Não há só uma disputa no campo político-econômico. Nos deparamos atualmente com o avanço do reacionarismo da extrema-direita, que busca impor suas pautas de costume ultraconservadores.
Atacam mulheres, negras e negros, LGBTs, indígenas e quilombolas. Desmontam políticas públicas de defesa das minorias, de diminuição das desigualdades e de combate às opressões e violências.
Ignoram a importância da preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, e praticam uma política entreguista de nossos recursos ao capital transnacional. Cerceiam nossa liberdade de expressão, e, ainda pior, restringem o nosso exercício profissional e incentivam a perseguição e descrédito do trabalho das e dos jornalistas. Só durante o período eleitoral, mais de 140 colegas sofreram ataques e perseguições por parte de candidatos e sua base eleitoreira.
Contudo, mesmo diante desse cenário, sobrevivemos. E mais, intensificamos nossa luta e resistência em diversas frentes. Conseguimos minimizar as perdas nas convenções e acordos, atuar nas lutas gerais, ampliar o debate sobre o assédio sexual e moral, ter uma maior inserção nas pautas de lutas das mulheres que marcaram o último período. Nos mantivemos alertas, denunciando todo e qualquer tipo de ingerência sobre o fazer jornalístico e nossa liberdade de comunicar.
Vale destacar ainda que, em um cenário em que diversos sindicatos estão fechando as portas por não conseguirem sustentação financeira, o SJPDF conseguiu, após uma série de medidas, equilibrar as finanças frente à realidade posta.
Resistimos. Com o apoio e participação da categoria, conseguimos chegar até aqui. E seguiremos!
Diretoria SJPDF 2016-2019 - Jornalistas Mobilizados: O Sindicato é de todas e todos