Até a manhã desta quinta-feira (12), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal recebeu relatos de 16 profissionais da imprensa agredidos nos atos terroristas e golpistas deste domingo (8). Pelo menos dois deles solicitaram ajuda da Polícia Militar do DF e não receberam qualquer apoio. Uma colega relatou que um dos policiais chegou a apontar um fuzil para ela.
O SJPDF se solidariza com todos e todas profissionais e cobra das forças de segurança do DF ações efetivas para que algo parecido nunca mais aconteça. Exigimos também das empresas a adoção de medidas de proteção, reforço das equipes e dos equipamentos de proteção individual (EPI) para que as e os profissionais possam exercer seu trabalho em segurança.
O Sindicato está à disposição das e dos colegas jornalistas, inclusive com apoio jurídico, e orienta que registrem boletins de ocorrência para que as polícias Civil e Federal identifiquem os agressores e tentem recuperar o material roubado pelos criminosos. Envie denúncia através do email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
Veja abaixo os casos reportados ao SJPDF:
1 - Um repórter do jornal O Tempo foi agredido por criminosos que chegaram a apontar duas armas de fogo para ele, dentro do Congresso Nacional. O repórter relatou que procurou ajuda, mas os policiais militares se recusaram. Foi salvo por um técnico da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
2 - Uma repórter da Rádio Jovem Pan foi xingada e seguida enquanto deixava a região da Esplanada dos Ministérios. Um homem tentou abrir a porta do carro da jornalista e apontou uma arma para ela.
3 - Um repórter da TV Band teve o celular destruído enquanto filmava o ato. Ele me disse que não foi agredido.
4 - Uma repórter fotográfica do Metrópoles foi derrubada e espancada por 10 homens. Ela teve o equipamento danificado.
5 - Uma jornalista e analista política do portal Brasil 247 foi ameaçada, perseguida e agredida pelos terroristas. Ela teve de apagar os registros feitos no celular. Ao pedir auxílio da Polícia Militar, teve como resposta um fuzil apontado em sua direção. Relatou que só saiu sem ser linchada porque teve ajuda de uma pessoa que participava do ato.
6 - Uma correspondente do jornal The Washington Post foi agredida com chutes e derrubada no chão. Ela teve o material de trabalho roubado. Um repórter do jornal O Globo que testemunhou a agressão recorreu à equipe do Ministério da Defesa, que ajudou a jornalista.
7 - Um repórter fotográfico free-lancer teve o equipamento de trabalho e o telefone celular roubados pelos vândalos. Os agressores deram socos no rosto dele e quebraram os óculos do profissional.
8 - Um repórter da Agência Anadolu, da Turquia, levou tapas no rosto enquanto cobria o vandalismo no Palácio do Planalto.
9 - Um repórter da Agência France Press teve o equipamento (incluindo o celular) roubado e foi sido agredido.
10 - Um repórter fotográfico da Folha teve o equipamento roubado.
11 - Um repórter fotográfico da Agência Reuters teve o material de trabalho e o celular roubados.
12 - Um repórter da Agência Brasil teve o crachá puxado pelas costas, enquanto registrava a destruição. Ele ficou com escoriações no pescoço.
13 - Um repórter fotográfico do portal Poder360° foi agredido e tentaram levar o equipamento dele.
14 - Um repórter fotográfico da Agência Brasil precisou sair da Esplanada dos Ministérios após vândalos ameaçarem empurrá-lo da marquise do Congresso Nacional.
15 - Um jornalista do portal Congresso em Foco relatou que um agente da Polícia Rodoviária Federal impediu que ele ficasse em local seguro e o que o obrigou a ir para o meio dos terroristas. Ele também foi cercado por agentes da Força Nacional de Segurança Pública e só conseguiu ficar em segurança após ser resgatado por um integrante da assessoria do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
16 - Um repórter fotográfico free-lancer foi perseguido pelo mesmo homem encapuzado que intimidou o colega da Reuters. Este homem ameaçou danificar o equipamento e agredir o profissional. Ao pedir ajuda da Polícia Militar do DF, o repórter fotográfico foi autorizado a ficar dentro da área protegida pelos policiais, mas o criminoso que o ameaçava continuava próximo a ele e não se constrangeu com a presença da PM. Apesar de ter de permanecer mais tempo no cercadinho, até se sentir seguro, o colega conseguiu sair do local sem sofrer danos físicos ou materiais.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal