A gestão Renovação também foi marcada por ter resolvido uma antiga demanda do Sindicato dos Jornalistas: a reforma estatutária. Em debate há pelo menos 20 anos, a mudança foi recorrente nas gestões passadas, mas nunca foi encaminhada. A gestão Renovação tinha entre as suas bandeiras de campanha promover, mediante amplo debate, a reforma estatutária. E cumpriu a promessa.
A revisão foi proposta para modernizar o modelo de gestão e permitir que o Sindicato tenha mais agilidade para dar conta das demandas da categoria. A versão em vigor era do início da década de 1980. Outra motivação era dar mais transparência com o desmembramento do Conselho Fiscal. Além disso, havia a necessidade de adequar a Comissão de Ética às regras estipuladas pela regulamentação criada junto com o Código de Ética dos Jornalistas em 2006.
Amplo debate
As propostas de atualização dos estatutos do Sindicato e do Clube foram colocadas em consulta junto à categoria durante um mês. Um blog foi criado para receber comentários. Três assembleias discutiram o assunto.
Para fortalecer e tirar dúvidas sobre a principal mudança, que era a extinção da presidência e a criação da diretoria colegiada, foi realizado um seminário que ouviu experiências de gestão de outras entidades sindicais, como o Sindágua, o Sindicato dos Bancários e o sindicato dos professores do Distrito Federal. O objetivo foi avaliar como reformas como a pretendida procederam e se as alterações, em especial a para uma direção colegiada, contribuíram para melhorar a atuação das organizações.
Em plebiscito realizado em maio, a categoria aprovou a proposta de revisão dos estatutos. De 867 jornalistas em dia (entre adimplentes no início da votação e pessoas que se regularizaram e puderam participar), 464 votaram. O número foi maior do que a maioria absoluta estipulada como quórum. Desse universo, 418 (90,1%) foram favoráveis à alteração e 46 contrários (9,9%). Já no caso da avaliação sobre a atualização do estatuto do Clube da Imprensa, 466 jornalistas depositaram o voto nas urnas. Desses, 425 (91,2%) se manifestaram pela proposta de mudança e 41 contra (8,8%).
Para a atual direção, ficou claro que era mais do necessário reformar os estatutos das entidades dos jornalistas do DF. A mudança era uma das grandes barreiras que precisava ser vencida para dar ao sindicato o dinamismo que ele precisa ter.
Conheça as principais alterações
Direção colegiada
A principal mudança proposta foi trocar o modelo presidencialista pela direção colegiada. A figura do presidente foi substituída por três coordenadores-gerais. Cargos como primeiro-tesoureiro e segundo-secretário foram extintos. A ideia é desconcentrar a carga que, antes, recaia sobre o presidente, melhorar a divisão de tarefas e tornar as ações ainda mais coletivas.
Os diretores se organizariam em coordenações:
Geral, administração, comunicação; formação; condições trabalho e vida; cultura, esporte e lazer; e jurídica.
Integração entre SJPDF e Clube da Imprensa
As diretorias do SJPDF e do Clube passaram a ser eleitas em uma mesma chapa, embora com nominatas diferentes e específicas para cada entidade. Como o Clube é patrimônio do SJPDF, a integração entre as direções das duas entidades é fundamental para garantir uma melhor gestão desse importante patrimônio.
Retirar regras que afastavam os associados
Exigências como a renovação da filiação a cada dois anos e a suspensão automática após determinado número de meses sem pagar as mensalidades foram flexibilizadas. Essas regras serviam mais para afastar do que para aproximar os associados do Sindicato.
Conselho Fiscal e Comissão de Ética autônomos
Os dois órgãos foram desvinculados da diretoria e ganharam caráter autônomo. A indicação é avulsa e não mais em chapa. Os associados votam em uma pessoa, o que dá a esses espaços mais autonomia e independência.
Convocação das assembleias mais ágil
Antes a divulgação das assembleias era feita em órgãos de imprensa com três dias antes do evento. Isso, muitas vezes, tirava a agilidade em situações como em campanhas salariais. Pela proposta aprovada e que agora consta no novo estatuto, as assembleias são chamadas em veículos de grande circulação com um prazo de 48h. Pelas novas regras aumentou a transparência, pois agora é obrigação também divulgar a convocação nos canais de comunicação do Sindicato.