A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) lançou na tarde desta quinta-feira, 4 de abril, a pesquisa "Perfil profissional do jornalista brasileiro". O estudo se baseou em um questionário online respondido por 2.731 jornalistas de todas as unidades da federação e também do exterior. Os dados foram recolhidos entre 25 de setembro a 18 de novembro de 2012.
Elaborada por 18 pesquisadores, entre eles três professores e 15 bolsistas da graduação e pós-graduação, a análise foi feita em cima de três públicos principais: jornalistas que atuam na mídia, profissionais que trabalham fora da mídia e jornalistas que atuam como professores.
Segundo o professor e pesquisador Samuel Lima, um dos dados auferidos em complemento ao estudo foi o número de jornalistas registrados em todo o Brasil: um total de 145 mil profissionais. “Para além deste dado geral, a pesquisa mostrou que os jornalistas brasileiros são majoritariamente mulheres, brancas, solteiras, com até 30 anos”. Elas dominam 64% do mercado de trabalho. “Por outro lado, a pesquisa também mostra que as mulheres ganham menos e que os homens ocupam, em sua maioria, os cargos de chefia”, ressaltou.
Outro dado revelado no estudo foi que 98% dos jornalistas brasileiros têm formação superior. Destes 91,7% têm graduação em Jornalismo. Dos graduados, 61,2% são formados no ensino privado e 40,4% deles têm curso de pós-graduação.
A pesquisa também revelou que 2/3 dos jornalistas recebem até cinco salários mínimos e quase metade trabalha mais de oito horas por dia (40,3%). Em relação á jornada ainda, 43,3% fazem de 5 a 8 horas, somente 11,6% trabalham até 5 horas e 4,8% dos jornalistas trabalham mais de 12 horas.
“Esses dados de jornada são realmente preocupantes. A legislação dos jornalistas é de cinco horas com, no máximo, duas horas-extras. Esse excesso do trabalho afeta muito a qualidade de vida dos jornalistas e a precariedade das redações no Brasil”, afirma Wanderlei Pozzebom, vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas do DF, que esteve presente no lançamento do estudo.
Outros dados revelados
O índice de desemprego observado na categoria coincide com a taxa no país, que fechou o ano de 2012 com 5,5%. A cada quatro jornalistas, um está filiado a sindicato, ou seja 24,2% são associados a entidades sindicais. Dos jornalistas, 55% atuam em mídia (veículos de comunicação, produtoras de conteúdo etc.), 40% atuam fora da mídia, em atividades de assessoria de imprensa ou comunicação ou outras ações que utilizam conhecimento jornalístico, e 5% trabalham predominantemente como professores.