Na última quinta-feira (2/5), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e organizações profissionais e de direitos humanos manifestaram preocupação com a violência contra os jornalistas. Ele e a Diretora-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova, pediram que todos os países reforcem a segurança para que os profissionais de imprensa possam trabalhar sem medo.
“Condeno todos os ataques e a repressão. Estou especialmente preocupado porque muitos dos autores não são castigados”, disse Ban Ki-moon em cerimônia por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que é comemorado nesta sexta (3/5), informou o portal Mirante.
Ki-moon destacou que os jornalistas, “ao revelar más práticas e má gestão, enfrentam governos, empresas, grupos criminosos, milícias e outros que querem reprimir e censurar as suas investigações”. Ele ainda assinalou que a violência e a repressão da liberdade de imprensa estão além dos meios tradicionais e foram para as redes sociais, blogs e o jornalismo do cidadão, e defendeu a aplicação do Plano de Ação da ONU para a Segurança dos Jornalistas.
Três dias para achar soluções
Na quinta (2/5), a UNESCO abriu na Costa Rica o fórum “Falar Sem Risco: Pelo Exercício Seguro da Liberdade de Expressão em Todos os Meios”, informou o portal da ONU. A iniciativa procura reunir uma ação global para proteger a segurança de jornalistas e acabar com a impunidade.
“Os blogueiros, jornalistas cidadãos e produtores de mídia social, bem como suas fontes, enfrentam crescentes ameaças à sua segurança”, disseram Ki-moon e Irina. “Além de perigos físicos, eles estão sendo alvo de violência psicológica e emocional através de ciber-ataques, violações de dados, intimidação, fiscalização indevida e invasões de privacidade”, completaram.
O fórum dura três dias. Jornalistas, representantes da ONU, membros das principais organizações de defesa da liberdade de expressão, editores e acadêmicos vão discutir a situação da liberdade de imprensa em busca de soluções para a violência e outros problemas enfrentados.
Números cada vez piores Segundo a Unesco, mais de 600 jornalistas foram mortos na última década, a maioria fora de zonas de conflito. Nove em cada 10 casos de assassinatos desses profissionais ficam impunes.
A Unesco no Brasil e o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) lançaram a versão em português do “Plano de Ação das Nações Unidas sobre a Segurança de Jornalistas e a Questão da Impunidade”. O documento, elaborado em conjunto por agências, fundos e programas da ONU, foi criado para apoiar a liberdade de expressão, assegurando que os cidadãos sejam bem informados e participem na sociedade.
Também está sendo lançado um site com informações sobre a adoção do plano, dados sobre a violência contra a imprensa no mundo e notícias sobre o tema.
Nos primeiros quatro meses de 2013 foram assassinados 17 jornalistas, sendo sete na Síria, quatro no Paquistão, três no Brasil, dois na Somália e um na Turquia, segundo o Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ). Em 2012, o total chegou a 70. A ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) divulgou números piores, com 88 jornalistas e 47 blogueiros mortos no ano.
Publicado pelo Portal Imprensa