Representantes dos sindicatos dos jornalistas e dos radialistas do DF e da Comissão de Empregados da Empresa Brasil de Comunicação se reuniram nesta quinta-feira, 11/7, pela primeira vez com a Fundação Instituto de Administração (FIA).Ela é consultora da direção da EBC na revisão do Plano de Empregos, Carreiras e Salários, que iniciou em maio e deve terminar em março do ano que vem.
A FIA apresentou a metodologia, que já havia sido adiantada pela EBC. Foram criadas três instâncias:
- Grupo diretivo - formado pela direção da empresa, e que vai dar a linha da construção do novo plano;
- Equipe coordenadora - formado por funcionários da diretoria administrativo para cuidar da parte mais burocrática (vinda e estadia de pessoas da FIA, agendamento de atividades, entrega de produtos etc);
- Equipe de modelagem - formada por representantes das áreas da empresa, vai atuar na definição de parâmetros para a modelagem do novo plano, levantamento de atividades e esclarecimento de dúvidas sobre acada área e ação da EBC. Ela é formada por 25 pessoas, sendo 19 do quadro e 6 comissionadas.
O cronograma foi reafirmado com o fim previsto para meados de março do ano que vem.
Participação
Os representantes das organizações de trabalhadores colocaram novamente à FIA as posições já informadas à EBC. Assumiram o compromisso de entregar contribuições em todas as etapas. O documento de avaliação relativo à primeira, de diagnóstico, vai ser fechado neste fim-de-semana e enviado na segunda-feira. Além disso, foi acordado já que haverá reuniões após a entrega de cada produto para discutir o conteúdo, o que foi chamado pela EBC de “pontos de controle”.
Foi reforçado o pleito de que haja representação dos trabalhadores no Grupo de Modelagem. A nova gerente-executiva de pessoas, Anysie Pires, afirmou que em princípio a reivindicação seria negada, mas que seria analisada. Os representantes dos trabalhadores insistiram que o acordo feito para a revisão do PECS incluía participação ao longo do processo e que o Grupo de Modelagem era um espaço importante de modo a assegurar a efetiva participação para que o novo plano contemple também os interesses dos empregados.
Diagnóstico do plano atual
Os integrantes da Comissão e das diretorias dos sindicatos também adiantaram avaliações já discutidas pelos trabalhadores nas reuniões do Grupo de Trabalho dos Empregados para a revisão do PECS (GT-PECS) e que vão integrar o documento de contribuição dos funcionários:
- Há funções que não estão no plano (ex: engenharia de software, algumas relacionadas à produção);
- O plano não respeita a lei (como no caso da regulamentação dos radialistas);
- A descrição das atividades não bate com o que as pessoas fazem na prática;
- Os parâmetros salariais e o piso são baixos;
- Os cargos são muito segmentados, fazendo com que as pessoas fiquem sua carreira inteira apenas naquela função e não evoluem (ex: o plano impede que um auxiliar possa vir a ser repórter cinematográfico);
- Não há hierarquia entre funções que possuem complexidades diferentes (ex: um auxiliar e um diretor de programa ganham a mesma coisa);
- Há atividades desempenhadas dentro da EBC que não estão no plano;
- A forma de ampliação da remuneração é apenas conseguindo cargo de chefia. Não há perspectiva de evolução na área gerencial;
- A definição dos cargos de chefia é totalmente discricionária;
- A gratificação que existe, GDAC, é totalmente discricionária;
- Há muitos cargos;
- Falta um banco de talentos para ver o que as pessoas podem e têm aptidão para fazer, pois há muitas pessoas insatisfeitas nos locais onde foram colocadas.