A repressão a profissionais de imprensa ocorrida durante a cobertura do dia 7 de setembro remete aos piores momentos da ditadura militar no Brasil. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF, as entidades e os profissionais que lutam pela liberdade de expressão e de imprensa repudiam de forma veemente a ação da Política Militar do Distrito Federal. Nada justifica as agressões, a utilização de gás de pimenta e gás lacrimogênio ou mesmo o uso de cães para coibir diretamente a atividade de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.
O sindicato e a sociedade exigem que seja realizada uma sindicância rigorosa sobre os episódios relatados por vários profissionais. É essencial que os responsáveis diretos pelas agressões sejam punidos, bem como seus superiores que autorizaram esse tipo de ação contra a imprensa e a população em geral.
A tentativa de coibir a atuação da imprensa por parte de policiais demostra que esses agentes do Estado tem consciência dos abusos que estão cometendo. Parece claro que falta treinamento adequado e sobra sensação de impunidade.
O governo do Distrito Federal também é responsável pelas cenas de violência ocorridas nas últimas manifestações e deve alterar com urgência sua política de segurança pública, não apenas no tratamento com a imprensa, mas com todos os cidadãos e cidadãs que exercem o direito de se manifestar. Esperamos que as empresas de comunicação do DF se manifestem contra as arbitrariedades cometidas pela Polícia Militar, além de oferecer condições adequadas para trabalho em situações de risco.
Aguardamos também um posicionamento da Câmara Legislativa, Ministério Público e demais instituições responsáveis por zelar pelos direitos humanos. Solicitamos à CLDF a abertura imediata de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os abusos cometidos. A sociedade brasileira não aceita que a democracia seja manchada com atos de violência policial na capital do país.
Crédito: Fábio Braga/Folhapress