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Publicado em Sexta, 07 Abril 2023 12:24
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Hoje é o Dia das/os Jornalistas. Muito se diz da importância da nossa profissão, mas pouco se reflete sobre as condições em que ela é exercida.

Sim. Temos o papel importante de colocar debates em pauta, contribuir com a democracia, denunciar abusos e lutar pela liberdade de expressão e pelo direito à comunicação, pois bem sabemos o poder que as palavras e as imagens possuem. 
Mas em quais condições estamos fazendo isso? Sob quais pressões? 

Urge valorizarmos nossa formação crítica, ampliarmos nossa capacidade de questionamento da realidade imposta, entendermos o nosso lugar no mundo, principalmente no mundo do trabalho. 

Nós, jornalistas, precisamos nos enxergar enquanto trabalhadores/as, deixar de naturalizar uma série de ataques aos nossos direitos ('ah, faz parte da profissão', 'ah, é a crise do jornalismo). Ao fazê-lo, teremos, inclusive, maior sensibilidade com os direitos dos demais sujeitos da sociedade que reportamos.
Muito do dito acima, cabe a nós. No entanto, outra grande parcela cabe aos nossos patrões, ao Estado e a toda sociedade.
Assim como muitos trabalhadores/as, estamos adoecendo, frente a um mundo que multiplicou as formas de comunicar e exigiu de nós acumularmos tudo quanto é função, adaptarmos nosso ritmo, textos, vozes, sem nos dar tempo para protestar ou mesmo adaptar às transformações e às novas mil facetas da exploração de nossa força trabalho.

Somos também alvos constantes, no exercício de nossa profissão, de censura, assédios, moral e sexual, machismo, racismo e de outras violências, algumas físicas.

Sofremos com o achatamento salarial, a terceirização, demissões em massa e a desvalorização do nosso trabalho. Mais de 70% das jornalistas do DF já foram vítimas de assédio sexual durante o exercício do jornalismo.

Muitas vezes, somos confundidos/as (e até nos confundimos) com os interesses daquelas empresas onde ganhamos o pão.
Precisamos que nos vejam como trabalhadoras/es. A serviço de um patrão, de uma empresa. Isso não nos tira a obrigação de fazer nosso trabalho com qualidade e seriedade. Mas, muitas vezes, limita nossa atuação aos interesses da empresa.

É fundamental assumirmos nosso papel enquanto trabalhadores/as e como categoria, para transformamos nossa realidade.
Precisamos somar esforços por outra comunicação e por outra sociedade.

Desejamos hoje, e todos os dias, que tenhamos força e consciência para isso. Que sigamos sensíveis e indignados/as perante a barbárie. E que nada nos roube a tão rara e tão necessária capacidade de encantamento, de acreditar que um outro mundo é possível. Força para nós! 

Feliz dia das /os jornalistas!! 

Diretoria do SJPDF

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