Após conseguir destravar as negociações sobre o novo Plano de Cargos e Remunerações (PCR), os jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) se reúnem em nova sessão da assembleia geral da categoria, na próxima quarta-feira (18), às 13h, em formato presencial.
Inicialmente prevista para esta segunda-feira (16), a assembleia foi remarcada, por deliberação das entidades sindicais, para aguardar uma resposta da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). Com a volta do ministro Paulo Pimenta ao cargo, formalizada na semana passada, o prazo de análise precisou ser estendido, de acordo com interlocutores da pasta. A reivindicação dos jornalistas da EBC é que as tabelas salariais de nível superior sejam unificadas de forma isonômica.
Apresentado pela direção da EBC praticamente sem negociação prévia, o plano cria uma tabela salarial 12% menor para jornalistas, em relação a outros cargos de nível superior da empresa, desfazendo a isonomia atualmente existente.
Concebida de forma discriminatória, a nova tabela salarial se baseia na mentalidade de salário-hora, inexistente em outras empresas públicas e privadas, como forma de burlar a legislação que define a jornada específica de jornalistas, prevista na Seção XI da CLT desde 1943.
Na primeira semana de setembro, 95% dos jornalistas da EBC aderiram à histórica paralisação de 48 horas, nos dias 3 e 4, em resposta à intransigência da EBC, que não quis sequer discutir cenários alternativos para a proposta, tornada pública há apenas cerca de dois meses. Além disso, a proposta foi apresentada após mais de um ano de silêncio da empresa em um Grupo de Trabalho no qual apenas anotou as demandas dos empregados, sem negociação de fato.
A paralisação dos jornalistas fez com que representantes da categoria fossem recebidos em reuniões com integrantes da Secom e da Secretaria de Coordenação e Governança de Empresas Estatais (Sest).
Em todas as ocasiões, foi colocado que não é interesse dos jornalistas enterrar o PCR ou protelar indefinidamente sua aplicação, mas corrigir as distorções e a burla à CLT presentes na proposta. Defendemos a isonomia salarial e a extensão dos direitos já conquistados pelas outras categorias a todas aquelas que ficaram para trás, não só os jornalistas, incluindo, por exemplo, categorias de nível superior como produtores executivos, entre outras, que reúnem centenas de empregados e também estão sendo prejudicadas.
Sindicatos de Jornalistas DF, SP e RIO