A histórica greve de jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que completou 8 dias consecutivos nesta quinta-feira (10), assegurou uma possível revisão do Plano de Cargos e Remunerações (PCR) da empresa, atendendo parcialmente à revindicação da categoria. Com isso, os/as mais de 300 jornalistas da EBC decidiram suspender temporariamente a paralisação, em um gesto de confiança à palavra do ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), após reunião na tarde desta quarta-feira (9), no Palácio do Planalto, com representantes sindicais.

Em assembleia nacional unificada, a decisão unânime foi pelo retorno ao trabalho a partir da 0h desta sexta-feira (11). Uma nova assembleia nacional, que pode retomar a greve, está marcada para o dia 22 de outubro.

No encontro com Paulo Pimenta, os/as jornalistas reafirmaram que a proposta de novo PCR da empresa é discriminatória com as categorias de nível superior que possuem jornada de trabalho diferenciada. As perdas na tabela salarial dos jornalistas partem de 12%, em relação as demais carreiras de nível superior, desfazendo a isonomia atualmente existe no salário-base.

Em resposta, Pimenta disse que a análise do PCR foi suspensa, após reunião com a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, ocorrida na segunda-feira (8), que também contou com as participações da secretária de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), Elisa Leonel, do MGI, e do diretor-presidente da EBC, Jean Lima.

A suspensão da análise é para que os sindicatos de jornalistas apresentem informações adicionais, que serão incorporadas à proposta. O ministro da Secom não quis se comprometer explicitamente com a isonomia nas tabelas salariais de nível superior, mas garantiu que vai "conversar com todas as partes e resolver" o impasse.

Na avaliação das entidades sindicais, a sinalização do ministro é um passo importante e um reflexo da força e do peso político do movimento de jornalistas da EBC, que reverteu a intransigência inaceitável da direção da EBC e conquistou diversos apoios públicos relevantes.

Apesar da suspensão do movimento paredista, o estado de greve segue mantido e a categoria poderá cruzar os braços novamente, caso não haja avanços na negociação prometida.

Seguiremos vigilantes e em estado de permanente mobilização pelos direitos históricos dos/as jornalistas!

Sindicatos dos/as Jornalistas do DF, SP e RJ