A redação do Correio Braziliense chega mais uma vez a um fim de ano em estado de mobilização para garantir aquilo que deveriam ser direitos líquidos dos trabalhadores, como é o caso do 13º salário. Foi essa pressão, apoiada pelo Sindicato dos Jornalistas do DF, que assegurou o recebimento da primeira parcela, depois de anos de atrasos. Foi assim, também, que os profissionais conseguiram a regularização mínima no pagamento dos salários e a retomada do vale-alimentação, ainda parcial, após anos sem nenhum depósito.
O jornal, de propriedade do Grupo Diários Associados, há mais de uma década vem descumprindo a legislação trabalhista e a Convenção Coletiva de Trabalho dos jornalistas. A empresa vem acumulando graves violações, que têm resultado em retirada de direitos dos trabalhadores e prejuízos irreparáveis para a categoria.
Desde julho de 2014, a empresa deixou de efetuar regularmente os depósitos de FGTS. Não paga férias regularmente, nem benefícios como o vale-alimentação. O Correio, hoje, responde a diversos processos trabalhistas, alguns já em fase de execução. Mas o jornal segue afrontando não apenas os direitos dos empregados, mas também a própria Justiça do Trabalho e autoridades do Poder Judiciário.
Em setembro de 2025, o Sindicato dos Jornalistas, em conjunto com os demais sindicatos que representam os trabalhadores do Correio, protocolou várias denúncias, pedindo inclusive uma Ação Civil Pública, a fim de assegurar a tutela coletiva dos direitos violados e o respeito aos dispositivos constitucionais e legais que resguardam os trabalhadores publicamente, para tentar sensibilizar não só as autoridades do Judiciário, mas também a sociedade como um todo.
Os valores dos processos devidos somente aos jornalistas do Correio ultrapassam hoje a casa de R$ 20 milhões. Enquanto isso, a alta direção do jornal, em especial seu atual presidente, ostenta publicamente sua proximidade com autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, enquanto promove, internamente, um ambiente marcado por precarização, calotes reiterados aos trabalhadores e sucateamento das redações, práticas que violam não apenas normas legais, mas também a dignidade dos profissionais que integram a redação.
O Sindicato reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos dos jornalistas e a disposição de colaborar com as autoridades a fim de garantir minimamente os direitos dos trabalhadores.