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O repórter fotográfico Alan Marques, da Folha de S. Paulo, é um dos integrantes da mesa de debates “Cobertura Jornalística: Copa, protestos e Eleições” do Congresso Distrital dos Jornalistas. Essa discussão ocorrerá a partir das 9h de sábado, 15/3. O Congresso terá início amanhã, 14/3, no Auditório do SJPDF. Saiba mais sobre o Congresso aqui

Em entrevista ao site do SJPDF, Marques tratou da violência contra jornalistas. Ele afirma que as agressões não são somente contra jornalistas e que o Estado precisa garantir a segurança. Segundo Alan, a precaução contra a violência deve ocorrer por parte do Estado, das empresas de comunicação e dos profissionais de comunicação.

Alan Marques é um repórter fotográfico com grande experiência. Ele já atuou em veículos como O Globo, Jornal de Brasília e, atualmente, trabalha na sucursal da Folha de S.Paulo, em Brasília. Alan é autor de três livros sobre fotojornalismo: “Caçadores de Luz – histórias do fotojornalismo”, “Nunca Antes” e Bon Bagay – A luta do Haiti após terremoto. Marques coleciona prêmios na área como o Master Cup of Photojournalism e Black and White Spider Award, ambos em Londres, entre outros tantos. O repórter também é diretor do SJPDF. Confira a entrevista completa

1. Temos vivenciado grandes problemas de violência contra os jornalistas e com a aproximação da Copa do Mundo os profissionais poderão sofrer consequências piores ainda. Quais são as principais precauções que devem ser tomadas pelo Estado e pelas empresas de comunicação?

Não é problema de agressão só contra jornalistas, porque a violência nas manifestações tem afetado todos. As manifestações perderam o caráter de reivindicação e se tornaram o cenário perfeito para que atos de selvageria aconteçam. Para mim, o Estado tem que garantir a segurança de todos, porque esse é seu dever constitucional. É também seu papel garantir o direito do cidadão de se manifestar e da liberdade de expressão. Nesse contexto, é dever das forças de segurança, que estão nas manifestações como representantes do governo, agirem dentro da lei para garantir a democracia e afastar os elementos violentos.

Recentemente, as empresas de comunicação abriram os olhos para o problema da exposição dos jornalistas ao cenário caótico e violento que tomam corpo nas manifestações. Acredito que há dois meios importantes de diminuir o risco de cobrir esse momento histórico: primeiro é a utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e o jornalista entender que não vale a pena correr risco de morrer para cobrir esse tipo de evento. A ideia é ir protegido para as manifestações e não se expor desnecessariamente.

2. Os jornalistas, principalmente os que são convocados para fazer cobertura de um protesto, ao se negar a cobrir o evento pode ser prejudicado profissionalmente. O que você tem a dizer sobre isso?

O papel do jornalista é importante para a construção de uma sociedade justa. Porém, o repórter não pode esquecer a própria segurança e que amanhã sempre vai ter outra pauta. Não há vergonha de sentir medo e não ir fazer o protesto. Acredito que a atual situação de violência não vai permitir uma empresa prejudicar um jornalista que está com medo. Se isso acontecer, tem que procurar a justiça.

3. Para você, além de providências de segurança, o que mais os governantes/parlamentares podem fazer para melhorar as condições de trabalho dos jornalistas, em especial dos profissionais de imagem?

A profissão é desgastante fisicamente. O peso carregado e as horas com ele no corpo vão minando as articulações com seus tendões e ligamentos. A turma de imagem deveria ter um tratamento diferenciado no processo de aposentadoria e também deveria existir uma política de saúde para essa categoria.

4. E os jornalistas, como devem se posicionar no meio de toda essa violência que tem sido exercida contra eles?

Estamos ali para levar a notícia para todo o país e para o mundo. Nosso papel é esse. Se houver provocação, recue e não se exponha. Nunca revide. O importante é ter calma para fazer seu papel social e voltar para a família no final do dia.

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