O Sindicato dos Jornalistas do DF promoveu uma reunião entre os jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação em Brasília na última sexta-feira. Os presentes vão iniciar um diálogo com os colegas das três praças para exigir a adoção de equipamentos de proteção individual e treinamento para atuar em cobertura de risco, além do direito de recusa se avaliar que uma determinada situação oferece risco à integridade física do profissional. Uma carta será entregue à direção com a posição da categoria.
Outra decisão foi convocar um seminário para discutir a atuação multimídia dos jornalistas da empresa. Nos últimos meses, houve uma intensificação do uso desse recurso. O Sindicato dos Jornalistas do DF cobra há várias negociações de Acordo Coletivo que pelo menos seja garantida remuneração adicional nesses casos, mas a direção da empresa resiste. O Sindicato dos Jornalistas vai realizar um levantamento para mapear onde estão e quais são as práticas multimídia e qual é a visão dos jornalistas da EBC em relação a elas.
Plano de Carreiras
Foi dado um informe sobre o andamento da revisão do Plano de Carreiras. Após reuniões dos trabalhadores em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, um documento com propostas dos trabalhadores foi elaborado e entregue à direção da empresa (saiba mais aqui). Ele defende, entre outras coisas: (1) que a evolução na carreira se dê prioritariamente pela promoção por tempo de serviço, tendo a promoção por mérito como complemento; (2) a redução do número de níveis (hoje em 41 para o cargo de jornalista); (3) a implantação de funções técnicas para atividade de maiores responsabilidade e complexidade; e (4) uma gratificação por qualificação para os trabalhadores.
O coordenador-geral do Sindicato dos Jornalistas Jonas Valente disse que a informação recebida pela entidade é que a consultoria contratada para auxiliar na revisão, a FIA, já teria entregado uma proposta à direção. “Entregamos o documento com as nossas propostas e solicitamos uma reunião com a direção da empresa para tratar do assunto. As contribuições dos trabalhadores precisam ser consideradas”, afirmou.
Também houve intenso debate sobre a metodologia de avaliação da empresa, usada como base para a promoção anual dos empregados. Quanto a isso, no entanto, os diretores do Sindicato afirmaram que ainda não tomaram contato com a proposta final da FIA de nova metodologia.
Horas-extras
Também foi dado informe sobre o Grupo de Trabalho sobre jornada e horas-extras, criado no contexto do fechamento do acordo que encerrou a greve realizada em novembro de 2013. Foram realizadas algumas reuniões entre representantes da empresa e dos trabalhadores e depois elas foram interrompidas. A retomada já foi cobrada da direção.
Na reunião, os diretores relataram a linha que vem sendo defendida nos debates do grupo e que já foi ratificada pela última plenária geral dos empregados. Os representantes dos trabalhadores defendem o respeito à legislação e às cláusulas sobre jornada e horas-extras presentes no Acordo Coletivo. Mas os diretores do SJPDF alertaram os presentes que o diretor administrativo-financeiro, Alexandre Assumpção, afirmou em uma reunião que defendia, para supostamente resolver o problema, colocar todos os jornalistas para trabalhar em todos os sábados do mês. Mas ele não explicou como ficaria a escala de plantões, que em diversos setores demanda a presença de trabalhadores também aos domingos. “Somos totalmente contrários a isso. A empresa não possui essa necessidade, não há cobrança de nenhum órgão de controle para ocupar esses sábados e isso está sendo usado como forma de ameaça aos jornalistas”, diz Soane Guerreiro, diretora do Sindicato.