O que esperar de uma corte de justiça que é injusta com seus próprios trabalhadores, que desrespeita jornalistas comprometidos há anos com a transparência e a democratização das informações sobre o Judiciário? Segundo o jornal O Estado de São Paulo, em reportagem de 12 de maio, algumas das motivações para o planejado aumento no orçamento da TV Justiça seriam a existência de "chefes despreparados", contratação de profissionais sem bagagem intelectual e de "baixa qualificação técnica".
Este Sindicato vê com bons olhos a iniciativa de ampliar investimentos na disseminação de informações públicas, mas lamenta que ela parta da visão equivocada, desrespeitosa e injusta de que são os atuais profissionais de comunicação os responsáveis pelas deficiências da TV Justiça. Nenhuma palavra sobre as contratações precárias a que esses profissionais são submetidos, em terceirizações que só beneficiam as empresas; nenhuma palavra sobre as condições absurdas sob as quais esses trabalhadores exercem seus ofícios, sem estrutura técnica adequada; nenhuma palavra sobre a incompetência do Supremo Tribunal Federal ao não realizar concursos públicos para jornalistas, quando todos os demais canais públicos, e mesmo outros tribunais, há anos já têm jornalistas concursados.
Os profissionais que fizeram e fazem a TV Justiça merecem o reconhecimento por terem criado e mantido um canal em condições tão lamentáveis. Esperamos do STF mais que uma retratação - que a notória soberba provavelmente impedirá. Esperamos que reverta sua incompetência na gestão da fatia que lhe cabe na Comunicação Pública.
Mas o que esperar de uma corte cujo presidente manda um repórter chafurdar no lixo e tenta retaliá-lo? E cujo ex-presidente compara jornalismo com o preparo de refeições.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF
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