A diretoria do Sindicato dos Jornalistas protocolou nesta quinta-feira (23/7) com um pedido de mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT) para a negociação da Convenção Coletiva de Trabalho dos Jornalistas do DF 2015/2016. A iniciativa é uma das medidas frente ao impasse imposto pelo sindicato patronal, que jogou para daqui a 120 dias uma nova rodada de negociação frente à negativa da última versão da pauta dada em assembleia seguida de consulta à categoria.
O documento solicita a convocação do Sinterj para audiência de mediação e, na hipótese de recusa, a consideração da postura como uma concordância tácita com o dissídio coletivo, quando um impasse em uma negociaçãos salarial é analisado e decidido pela Justiça do Trabalho.
Segundo o texto, "as negociações coletivas da categoria sempre foram fechadas entre julho e agosto, a imposição de suspensão de 120 dias representa clara afronta ao processo negocial e representa acima de tudo ameaça e chantagem com os trabalhadores".
"Na semana passada tivemos um importante dia de mobilização. Agora pedimos a mediação do Ministério Público do Trabalho. Já oficiamos duas vezes o Sinterj/DF e seguiremos cobrando a continuidade da negociação, pois a demora penaliza os trabalhadores pelo avanço da inflação", diz Marcos Urupá, coordenador-jurídico do SJPDF.
Impasse
Na reunião do dia 26 de junho de 2015, o Sinterj/DF apresentou proposta prevendo reajuste salarial de 7%, abaixo do INPC de referência da data-base (8,42%), retroativo pago de forma parcelada até janeiro de 2016 e mesmo índice para Participação nos Resultados (também conhecida como abono), piso e auxílio-creche. No caso do auxílio-alimentação, o aumento seria para R$ 240 no mês da assinatura da Convenção e R$ 260 em janeiro de 2016.
A proposta foi rejeitada em consulta realizada no início de julho. Dos 488 jornalistas votantes, 329 (67,5%) foram contra a oferta das empresas, 142 (29%) se manifestaram a favor e 17 (3,5%) votaram em branco. A maioria dos jornalistas, 276, disse sim para o pedido de dissídio coletivo. Os jornalistas que participaram da assembleia no dia 6/7 optaram em reafirmar os últimos pleitos colocados na mesa de negociação, realizada no dia 26 de junho. Eles preveem reajuste salarial de INPC (8,42%) +ganho real de 1,75%, piso salarial de R$ 2.500, participação nos lucros e resultados com teto de R$ 2.900 e piso de R$ 2.400 e auxílio-alimentação com o mínimo R$ 440.