Notícias
Publicado em Quinta, 16 Junho 2016 10:14
PLG_ITPSOCIALBUTTONS_SUBMITPLG_ITPSOCIALBUTTONS_SUBMITPLG_ITPSOCIALBUTTONS_SUBMITPLG_ITPSOCIALBUTTONS_SUBMIT

Os jornalistas do Correio Braziliense e o Sindicato dos Jornalistas do DF publicam carta à sociedade com o posicionamento dos profissionais e da entidade em relação às irregularidades trabalhistas do jornal. A carta traz o contexto da situação dos jornalistas diante do impasse econômico da empresa, bem como aponta as soluções conjuntas que podem ser realizadas entre as partes para driblar a crise do Correio. As paralisações realizadas na última semana e os acordos firmados também fazem parte  do conteúdo do texto. Confira abaixo a carta na íntegra:

Carta pública dos jornalistas do Correio Braziliense

O futuro do Correio Braziliense é, hoje, a maior preocupação dos jornalistas que fazem suas páginas. Alguns de nós contamos décadas dedicadas à tarefa. Todos construímos o resultado que é referência em Brasília, no Brasil e para além das fronteiras. Queremos que essa história de excelência continue a ser escrita por muito tempo, e isso exige, de modo incondicional, o respeito aos nossos direitos no presente.

Com esse espírito, realizamos, na quinta e na sexta-feira passadas, 9 e 10 de junho, paralisações de duas horas em cada dia, conforme aprovado em assembleia na terça-feira 7. Foi a forma que, coletivamente, encontramos para demandar da empresa informações e soluções a respeito de uma série de obrigações não cumpridas pela direção, algumas desde o ano passado.

Estavam previstos, ainda de acordo com a assembleia de 7 de junho, mais dois dias de paralisação: três horas na segunda-feira 13, e o dia todo na terça-feira 14. Porém, na sexta-feira, os trabalhadores decidiram suspender a paralisação nesses dois dias, depois que a empresa começou a atender a principal demanda do movimento: o pagamento dos colegas que trabalham como freelancers na redação e que estão há meses sem receber. Uma parte desses atrasados foram pagos já na sexta-feira, e a empresa apresentou um cronograma para as próximas quitações. Também esperamos o pagamento do reajuste salarial retroativo, da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da Convenção 2015/2016, do auxílio-alimentação do mês de maio e a regularização do FGTS).

Diante dessa decisão, gostaríamos de esclarecer que:

1) Reiteramos que este não é, em nenhum sentido, um movimento contra o Correio Braziliense. Como jornalistas, não desejamos contribuir para a piora da situação das empresas jornalísticas, que, todos sabem, atravessam uma difícil transição rumo a um novo modelo do mercado de mídia. Ao contrário, nossa intenção é ajudar a fortalecer a empresa e colaborar para que ela produza um jornalismo de qualidade cada vez melhor.

2) Acreditamos que essa empresa só se fortalecerá a partir de uma relação de transparência com seus funcionários, que precisam ser e se sentir respeitados para continuarem buscando sempre o melhor resultado. A forma ideal de a empresa garantir isso é, evidentemente, cumprindo o que foi acordado com os trabalhadores. Na impossibilidade de fazer isso nas datas acordadas, que a empresa dê explicações convincentes para o não cumprimento, também avisando os funcionários com antecedência. É a combinação de descumprimento de acordos com silêncio por parte da direção nesses momentos o maior motivo para que, nos últimos tempos, tenhamos nos sentido constantemente desrespeitados.

3) Temos convicção de que já demos, em várias ocasiões, demonstrações de nossa disponibilidade em colaborar com a empresa. Tanto que, repetidas vezes, aceitamos a prorrogação do prazo para que direitos assegurados por lei nos fossem entregues. Fomos compreensivos com a situação da empresa e agimos de forma paciente, dando sucessivos votos de confiança para a direção.

4) Esperamos ter deixado claro com o atual movimento que a disposição em colaborar não significa que tudo é aceitável. Nós jornalistas continuamos unidos. A suspensão das paralisações nos dias 13 e 14 não significou o fim da mobilização. Uma nova assembleia está marcada para a próxima sexta-feira, dia 17, data em que a empresa garantiu uma nova rodada de pagamentos de atrasados dos freelancers. O não cumprimento desse compromisso pode nos levar a novas e maiores paralisações, algo, evidentemente, a ser avaliado e decidido, como sempre, coletivamente. Também continuamos a defender mais diálogo entre direção e funcionários, por acreditarmos que, dessa forma, não só nos manteremos mais bem informados, como também poderemos colaborar mais para o sucesso do Correio Braziliense.

Foto: Carlos Moura

Jornalistas do Correio Braziliense e Sindicato dos Jornalistas do DF

 

Receber notícias

Acesse o Site