Representantes dos Sindicatos dos Jornalistas do DF e das Empresas de Televisões, Rádios, Revistas e Jornais do Distrito Federal (Sinterj/DF) participaram na última quarta-feira, 11/6, de mais uma mesa de negociação da Convenção Coletiva de Trabalho 2014/2016. Os diretores do SJPDF apresentaram os resultados da quarta consulta às redações. A categoria rejeitou a proposta das empresas com 95% de votos contrários.
As empresas oferecem aumento salarial diferenciado, sendo 4,5% para o segmento impresso (índice abaixo da inflação) e 5,62% para o segmento eletrônico, percentual correspondente ao índice da inflação (confira aqui mais informações sobre a quarta consulta). Os diretores do Sindicato destacaram que esse foi o maior índice de rejeição à proposta patronal e explicaram que a categoria segue criticando fortemente a ideia de reajuste diferenciado e a ausência de melhorias em outras cláusulas.
Os representantes do Sindicato dos Jornalistas também informaram o resultado do levantamento feito junto à categoria para identificar a prioridade para a negociação. Os temas mais votados foram o ganho real, a ampliação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) o aumento do piso salarial. Os patrões se mostraram surpresos com os resultados da consulta e disseram achar que já era possível caminhar para o fechamento da negociação. Eles voltaram a afirmar que é difícil ir além na negociação.
Os diretores do SJPDF ponderaram que a consulta mostrou a necessidade de um esforço para além do que já foi apresentado. E criticaram o fato de mesmo cláusulas cuja implementação já está se dando (como a compra de Equipamentos de Proteção Individual e a realização de cursos sobre segurança) serem objeto de grande resistência. "Até mesmo naquilo que as empresas já estão fazendo há dificuldade de avançar. Não é só falta de recursos, há uma resistência política. Esse cenário ocorre em cláusulas sociais importantes, como as medidas de proteção e a proposta de criação de uma comissão para receber e encaminhar denúncias de assédio moral e sexual, bem como de outras formas de humilhação e discriminação", diz Wanderlei Pozzembom, coordenador-geral do SJPDF.
Após este debate, as empresas solicitaram um tempo para uma conversa privada. Em seguida, afirmaram que precisavam de mais tempo e remarcaram a reunião para a próxima quarta-feira, 18/6. Para Jonas Valente, coordenador-geral do Sindicato dos Jornalistas, o que está na mesa é pouco para o que os trabalhadores esperam. “Sair dessa proposta de reajuste diferenciado entre o segmento impresso e eletrônico é uma forma de remover um obstáculo para as negociações avançarem. Mas só isso não basta, é preciso que os índices sejam melhores do que o que está na mesa", aponta Valente.
Confira a proposta da categoria e a contraproposta dos patrões que serão levadas à consulta.
Proposta da Categoria |
Proposta dos Patrões |
|
Reajuste salarial |
8,5% |
4,5% para mídia impressa e 5,62% para mídia eletrônica |
Participação nos Lucros e Resultados (PLR) |
50% da remuneração com teto de R$ 2.400 e piso de R$ 1800 |
35% do salário-base de 5 horas, com teto de R$ 2.115 e piso de R$ 1.480 |
Auxílio-alimentação |
Aumento de 8,3% com o valor mínimo de R$ 15 por dia |
R$ 7,50 por dia, sem fornecimento nos períodos de férias e afastamentos |
Piso Salarial |
R$ 2.170 |
R$ 2.037 |
Segurança |
Obrigação de fornecer equipamentos e treinamento de direito de se retirar de cobertura perigosa |
Criação de comissão paritária para propor medidas de segurança |
Equipamento fotográfico |
Adicional de 30% com especificações de mínimo para o equipamento |
Estabelecimento de modelos de equipamentos com percentuais diferenciados |
Horas-extras |
Adicional de 100% e compensação de 2 pra 1 hora-extra trabalhada |
Adicional de 70% (duas primeiras), 65% (demais horas) e 100% (dias de descanso) com compensação de 1 pra 1. |